A minha ignorância foi intensamente invadida pelas diversas coisas que eu descobri nas últimas semanas. Estou falando de música, sim, música que traz a tal paz interior dos seres que se refugiam nela. Quanto mais eu uso a minha pequena enxada, mais “minhocas” saem da terra. Não sou especialista em música, não sei diferenciar com precisão cirúrgica as guitarras, os teclados e outros instrumentos que as bandas utilizam para produzir esse ou aquele tipo de som, em contrapartida, consigo sentir e por mais que eu tente, não consigo traduzir a avalanche de sentimentos que a música causa no meu íntimo. Como explicar a alguém o que eu sinto quando o acorde de uma guitarra provoca um disparo em meu coração? Qual a chance de você compreender o arrepio que o alcance vocal de um determinado intérprete proporciona em mim? A música tem seus mistérios, quando uma banda lança um novo álbum, nem todos vão gostar, haverá gente inclinada a criticar para atrair mais leitores, é como se o roteiro já tivesse sido escrito antes mesmo do material ser lançado. Juro que estou acostumado com isso, música para mim é um prazer e não um meio para subsidiar meu passaporte na sociedade.
Hoje escutei um álbum chamado “Wild Child” (Criança Selvagem), lançado em 1973, de uma banda dinamarquesa dos anos 60. A banda se chama “The Savage Rose” (A Rosa Selvagem). O que me assusta é não saber ao certo se sou ou estou por demais ignorante com o impacto que um material produzido em 1973 me causou ou se perdi tempo demais na minha curta existência a partir de 1984 para descobrir a existência de pessoas que formaram uma banda com ideias à frente de seu tempo. A minha incredulidade é momentânea, pois a medida que minha curiosidade se torna irritante, vou percebendo minha incúria mental por coisas que sempre estiveram ali, mas que por qualquer razão superficial eu não fui capaz de identificar. É como um livro para colorir, se ninguém for lá e dar vida para aquelas figuras, independente do traçado, o inanimado jamais ganhará vida. Estou apenas na “ponta do iceberg”, não tenho ideia do que ainda está por vir.
O que escrevo aqui são pensamentos que volta e meia respiram silenciados nos campos do meu subconsciente, reflexões que ousei registrar por escrito devido ao transbordamento inesperado de descobertas que surgiu diante de mim. Já ouviram falar em Carmen Maki? Uma cantora japonesa de voz poderosíssima que deixou os anos 70 marcados para sempre com a imensa contribuição das bandas Blues Creation e Oz. Devo arriscar a perguntar sobre a banda norte-americana Bloody Mary? Engraçado, para não dizer inquietante, o fato de mal sabermos com conhecimento de causa o número de bandas que debutaram ou mesmo as já consagradas que lançaram material no último ano, que dirá possuirmos a destreza de tentar encontrar respostas para o que se passou na década de setenta dentro do universo do rock, blues, hard rock, metal, rock progressivo e tantas outras linhas de músicas bem trabalhadas.
Citei algumas bandas só para começar, o meu blog será uma opção de entrada para registrar e dividir o universo que estou descobrindo. Uma espécie de bloco de notas onde farei alguns rascunhos. Quero deixar claro que não desdenho de um futuro promissor, mas é interessante poder andar para frente sem deixar que o passado se afaste. O passado não é um livro totalmente aberto como muitos pensam, ainda existem enigmas para serem decifrados, as músicas são bons exemplos disso. Por que muita gente argumenta que não se faz músicas como antigamente? Difícil de responder, as teorias são muitas! No momento em que encerro este modesto artigo, me sirvo da ótima companhia do álbum “Playmates” (1977) dos britânicos do Small Faces.
Bom meus amigos, vou parando por aqui mas com a promessa de falar mais sobre as bandas que mencionei. A garrafa do bom vinho francês “Domaine de La Motte” já está no fim e a minha intenção é findá-la com a mesma leveza do som que toca a minha alma.
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