domingo, 27 de abril de 2025

Jacob Tyler (2024)

Para falar sobre um filme europeu, temos que ter em mente que a abordagem narrativa dos diálogos e até mesmo na condução das cenas é muito diferente do que estamos acostumados em relação aos filmes norte-americanos. Dito isso, acabei de assistir a película “Jacob Tyler”, lançado em 2024, sendo produzido, dirigido e estrelado no papel principal por Mitchell James Ronald, jovem britânico de 28 anos de idade e que já apresenta bons traços de habilidade em criar enredos complexos. É importante destacar que esse foi o primeiro filme produzido por ele, e logo de cara uma produção com mais de 2 horas de duração, uma aposta alta que, independente do resultado, merece ser enaltecida pela coragem.

A história começa com um rápido feedback, no qual o protagonista, vivido na pele de Jacob Tyler (Mitchell James Ronald), é espancado por um grupo de jovens por um motivo não revelado, mas que já expõe desde o início um problema crônico de violência que ocorre no mundo inteiro. Depois disso, é mostrado várias cenas propositalmente malfeitas de vídeos amadores publicados em redes sociais retratando indivíduos usando máscaras de palhaço no cometimento de atos de violência contra pessoas totalmente indefesas (e ainda que alguma forma de resistência fosse apresentada pelas vítimas, só o vandalismo por si só já definia a covardia mostrada em tela). Para circundar o espectro dramático, as cenas são tratadas com pouca luminosidade e muitas sombras, outro obstáculo claustrofóbico para os potenciais alvos.

O protagonista retorna do cumprimento obrigatório do Exército e percebe que a vida na pequena cidade de Calder (espero que seja realmente o nome fictício desse lugar – por favor responsabilizem o site Filmow pela informação – risos) prosseguiu sem maiores acontecimentos. Mas essa cortina branca logo se empalidece com a atmosfera estranha percebida em pequenos acontecimentos, como um assalto em plena luz do dia, em que os amigos de Jacob fazem vista grossa para a vítima mulher, enquanto que Mitchell intervém e consegue restabelecer a ordem. Aquilo já coloca uma “pulga atrás da orelha” do que realmente estava acontecendo naquela cidade, aparentemente calma, mas cheia de segredos adormecidos. Jacob se estabelece em sua casa junto com a irmã Beth Tyler (Keryn Matthew), onde fica evidenciado num rápido diálogo que seus pais faleceram recentemente.

Após essa introdução que consumiu quase 15 minutos de tela, uma festa surpresa para celebrar o retorno de Jacob é organizada pelos seus amigos dos tempos ginasiais, onde vários personagens são apresentados na trama, alguns com boa espontaneidade, outros mais introvertidos dentro de atuações básicas e robóticas. As construções dos diálogos foram um pouco confusas, ainda que eu tenha conseguido entender os arcos não resolvidos ou pendentes nas relações, principalmente as paixonites retraídas entre os eventuais casais. Na hora eu pensei: coisas da idade! A “saída à francesa” de Jason (Cameron Gow) foi percebida lá pelas tantas e após Henry (Yannik Borzynski) telefonar para o amigo, confirma o fato. Jason está caminhando numa estrada em completa penumbra e percebe que está sendo seguido por alguns “vultos”. Ao registrar uma foto com flash para poder identificar melhor, descobre que três indivíduos usando máscara de palhaço estão no seu encalço, momento em que ele começa a correr e adentra um matagal mais escuro ainda (nada inteligente da parte dele!).

Os detetives Abrams (Ibrahim Bakhait) e Fazier (Rohanne Woods) são encarregados do caso e logo as buscas são iniciadas. Só achei estranho a polícia não seguir o prazo de 24 horas para efetivar um caso de desaparecimento e a partir disso iniciar esse procedimento operacional (não sei se no Reino Unido a lei é diferente). Jason é milagrosamente encontrado vivo, desacordado na mata, todo machucado, resultado nítido de um espancamento coletivo. Enquanto Abrams é retratado como um policial com mais experiência e lida com problemas particulares, a detetive Fazier é uma novata e que num primeiro momento está mais preocupada com a pronúncia correta do seu nome. Não gostei muito dos estereótipos de ambos, a impressão que eu tive é que eles estavam muito retidos a um roteiro programado, mas isso foi apenas um incômodo passageiro.

A principal informação da história enfim foi escancarada diante de Jacob, ao saber que uma gangue de indivíduos usando máscaras de palhaços tem causado um inferno aos moradores locais. E o objetivo da gangue é o tráfico de drogas, por meio do envolvimento de intermediários (muitos deles metidos nesse meio devido a problemas financeiros). E os intermediários são bem próximos de Jacob, que custou a acreditar que seus amigos teriam qualquer relação com a gangue. Ocorre que Jason encontra o fim logo após sair do hospital, um personagem que foi marcado por usar uma camiseta do Iron Maiden e que pouco acrescentou à trama, somente confusão e uma atitude pouca espirituosa. Uma pessoa que é atacada por marginais mascarados, que consegue escapar vivo após ser espancado, é no mínimo pouco inteligente voltar à rotina normal e sair andando à noite pelas ruas como se nada tivesse acontecido, não?! Pois bem, ele pagou pra ver e isso custou caro!

A partir daí, o espírito corajoso de Jacob, transformado após uma importante vivência no Exército, resolve fazer justiça com as próprias mãos, saindo à noite, todo encapuzado e com uma máscara dissimulada no rosto. É aí que identifiquei falhas de continuidade em certas cenas, além do descaso policial em fazer rondas nas ruas, além de toda uma “bolha” colocada propositalmente nas cenas para pavimentar o sucesso do protagonista. Ainda que ele tenha se envolvido em brigas corpo a corpo com um dos palhaços, é nítido que a cidade opera por “controle remoto”, pois parece que se “congela” tudo para que o protagonista consiga lidar com essa célula da gangue. Outra personagem bastante questionável foi a Rachel, interpretada pela atriz Abby Fisher, que no passado foi a namorada (ou quase) de Jacob. Intervenções bastante monótonas, com um roteiro decorado, apesar do esforço da personagem em ser mais incisiva. Ela queria o bem do rapaz, apesar de não mover um palmo do metro quadrado a que foi destinada a atuar.

Gangue dos Palhaços
Gangue dos Palhaços

Não se enganem com a minha disposição com o filme até aqui, estou gostando, pois a empatia que eu criei foi o suficiente para adentrar à aquele universo de poucas respostas e muita penumbra. Enquanto a gangue era sabida do conhecimento de todos, a inoperância do distrito policial me deixava constrangido, não era possível que uma mísera operação não era montada para tentar interceptar contatos diretos e indiretos, com a finalidade de desmontar o tráfico. Mas tudo bem, a proposta do enredo era enaltecer a indignação do Jacob, que tentava entender o que estava acontecendo desde sua partida para o Exército. Outro amigo de Jacob que estava envolvido com o tráfico, Dominic (Reece Young) foi esfaqueado pelos próprios comparsas que viram nele um alvo identificado na gangue mascarada e que poderia trazer problemas futuros.

O filme poderia ser encurtado? Sim, mas eu estava curioso e com boas expectativas para seguir o raciocínio de seu idealizador, uma vez que derrubar uma organização criminosa, independente do tamanho dela, requer muito mais que apenas dois punhos cerrados. O policial Abrams protagonizou uma cena bisonha, quando interrogou o dono de uma suspeita mercearia, ao sair do local, resolveu investigar clandestinamente e ao ser surpreendido pelo proprietário, foi espancado e pediu clemência para não morrer ali. Foi um momento degradante, apesar que a “fácil” cooperação com o protagonista que havia arquitetado um plano para surpreender e prender a gangue tenha sido a famosa “manobra” de enredo, foi pior ainda. E quem seria o palhaço infiltrado (ou ela) que apareceu sorrateiramente na casa de Sarah (Sarah Black)? Propósito somente em aterrorizá-la? Ou têm mais coisas obscuras nessa investida misteriosa?

Ao final, todos os membros (será mesmo?) reunidos numa área de matas, onde o dia e a noite celebraram uma união sem noivado, onde o líder da gangue fora finalmente revelado. Um tal de Gaz (David McCallum), um ser errático desde os tempos adolescentes, que praticava bullying de todas as formas no Jacob e nos demais envolvidos desde os tempos de escola. Ocorre que ele construiu uma sofisticada rede de tráfico de drogas, arregimentando desesperados por dinheiro e outros que possuíam algum “podre” do passado que, caso fosse revelado, arruinaria a vida da pessoa para sempre. Mas Jacob teve uma ideia interessante e astuta, porém, vou parando por aqui, terão que assistir para saber o que aconteceu. Sobre continuidade, ainda que o filme seja o embrião de um diretor que acabou de debutar no universo cinematográfico, estou curioso para saber como a vida de Jacob e seus amigos seguiram após os fatos trazidos neste artigo.

Não sou muito adepto a notas, mas penso que o diretor poderia criar um universo pregresso um pouco melhor para os personagens secundários, já que todos eles levam a ROMA (ops, a Jacob!!!). O filme é extenso e ao mesmo deu pouca profundidade aos personagens, não ficou muito claro a relação outrora de Jacob e Rachel, uma vez que houve pouco contato que levassem a uma intimidade entre eles (não falo de relações sexuais explícitas, mas sim de diálogo). Outro ponto a ser melhor abordado é o restaurante do tal Chad (Alan Clark), receptivo com todos, mas que não fornece nada de importante para a elucidação da gangue (inclusive reconhece que tem funcionário que ‘trabalha’ para o tráfico). No fim, não mostra a continuidade da dupla dinâmica policial, não traz uma conversa “clichê” deles sobre a grande prisão ocorrida, enfim, são lacunas que careceram de uma boa argamassa conclusiva.

O diretor Mitchell James Ronald tem pleno potencial para desenvolver boas tramas, só precisa encontrar os melhores laços para que na hora de desatá-los, seja de forma que não deixe o telespectador com mais dúvidas do que certezas. Se é um filme policial com toques de drama, ainda mais a respeito de um assunto presente na realidade cotidiana, precisa ser melhor trabalhado para que as pessoas possam vislumbrar resultados que sejam pelos caminhos legítimos das forças do Estado e não por ações isoladas calcadas em fatores casuais como sorte e oportunidade fora dos trâmites da lei, ainda que por altruísmo consolidado pelas atitudes de desejar a erradicação de células perniciosas para a harmonia do bem coletivo. Espero ver esse diretor em ação mais vezes, pois provou que merece oportunidades para construir coisas maiores! Falam que histórias por mais de 2 horas são arrastadas, mas quem diz isso está desacostumado com as produções britânicas, provavelmente não conhecem a belíssima (e longa) série policial VERA, que traz episódios extensos!

segunda-feira, 7 de abril de 2025

Filmes que vi e não gostei

Queridos amigos, estive um pouco ausente por diversas razões que provavelmente renderiam um bom livro de histórias aleatórias. Nos últimos dois meses fiz diversas atividades, desde corridas de rua, treinos bem aproveitados na academia, shows de rock pela cidade de São Paulo, cervejada com amigos depois do trabalho e outros que tais. Mas deixando de lado as minúcias de minha vida privada, quero trazer dois filmes que assisti recentemente e mesmo com toda boa vontade planetária, eu não consegui criar algum laço de ternura com essas produções. Escrever sobre coisas que gostamos é uma grande moleza, mas pontuar as decepções é um desafio que raramente conseguimos com excelência sem avacalharmos um pouco além do que o assunto analisado merece. Let’s go!

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Não é o fim



Começando pelo filme “Não é o fim” (It’s Not Over – Itália/2022), que traz a história de um casal que enfrenta problemas no casamento. Enquanto o marido é um médico daqueles plantonistas no horário noturno/madrugada, a esposa (Sarahvivida pela atriz Weronika Rosati) é uma fotógrafa com bastante potencial e que tenta manter a casa em ordem nas horas de folga. Para incrementar a história com querosene, ela trai o marido com uma certa frequência (Albert – John-James Colvin) nos momentos em que ele não está em casa – todo esse contexto é apresentado nos primeiros quinze minutos de filme. Ocorre que o marido é uma figura extremamente violenta, especialmente quando está alcoolizado, chegando às vias de fato contra sua esposa por motivos que beiram o ridículo (cobranças sem nexo ou fora de sintonia para a ocasião, coisa típica de quem perde o controle com a bebida.

Um belo dia o marido aparece morto dentro da casa, aparentemente golpeado na cabeça, na qual as autoridades chegando rapidamente à conclusão de que ele escorregou e teve um traumatismo craniano após a queda. Começo do filme e as coisas vão sendo entregues de bandeja, sem contar a falta de tempero dos personagens. Sarah mal cumpre o seu luto e já está com o namorido (Max – Gianni Capaldi) dentro de sua casa, ainda que ele não more lá, mas passa a maior parte do tempo com ela. Reconheço que o ex-amante dela e agora atual namorado é um boa praça, com boas qualidades que toda mulher gostaria de ter em um parceiro. Max é um tanto curioso e ao explorar a casa de sua girl, descobre coisas estranhas, como fotos reveladas de animais mortos (mutilados), registros feitos provavelmente por Sarah. É aí que a coisa toda colorida começa a desbotar.

Sarah não curte muito ser interpelada pelo namorado a respeito de suas atividades profissionais e o clima fica com tendência a azedar entre eles. Até que ela revela que é uma fotógrafa/artista, tentando provar que a natureza do seu trabalho é comum (apesar de ser um tanto incompreendido). Max que é perfeccionista, descobre sem querer uma informação importante a respeito de Sarah e quando se dá conta do que descobriu, é esfaqueado pela moça que minutos atrás fazia juras de amor a ele. Claro que temos uma morte bem chocante, afinal, o cara mais legal do filme já não estava mais entre nós. Sarah desaparece com o corpo e faz “cara de parede” quando os pais do Max a visitam procurando pelo filho, desaparecido há vários dias. Mais clichês? O pai de Max vai até a polícia e lá se depara com um tira cansado que não faz esforço nem para ir buscar um copo de café, quanto mais abrir investigações sobre o rapaz desaparecido. O detetive (Ian Reddington) tenta enrolar um preocupado Frank (Christopher Lambert) ao dizer que tem responsabilidade com o gasto público (que lição de moral mais infame ao dizer isso a um pai que está a beira de um colapso nervoso?!).

Os dias vão se passando e nada de Max aparecer, só em visões distorcidas e fantasmagóricas nos pesadelos de Sarah. Após quase enlouquecer com visões do ex-namorado, Sarah resolve ir até o local onde enterrou o cadáver e para seu alívio, ele está lá enterrado. Ocorre que ela foi seguida, eis que o restante do filme deixarei a cargo de quem leu até aqui o meu humilde resumo. O que não gostei ao assistir o filme foi a necessidade do diretor em querer explicar cena a cena ao telespectador, praticamente não teve mistério para quem estava assistindo, só a certeza de que a cena seguinte sempre viria com um gabarito completo do momento anterior. Isso desidrata completamente a densidade do mistério e faz evaporar qualquer clima de empatia, é como se o filme fosse obrigado por força de contrato a ser previsível, sem se importar com qualquer outra coisa, haja o que houver.

E claro, fiquei decepcionado com atuações pouco inspiradas e com roteiros decorados a técnicas de Telecurso 2000. No meu perfil pessoal do Instagram até cheguei a dizer que o filme é um bom passatempo para uma tarde de sábado, o que ratifico aqui, porém, se você encontrar coisa melhor pra fazer, diria para esgotar suas possibilidades antes de debruçar sobre esse filme com nota máxima valendo 2 e sem troco! Não disse?! Falar de filme bom é moleza, quero ver ter boa vontade escrita para resenhar algo que não precisamos só descer lenha, mas sim encontrar motivos razoáveis para dizer que poderia ter sido melhor se tivesse adotado um outro caminho. Filme disponível no serviço de streaming do Looke.

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Mistério na Índia



O nome original é “Backwaters” (Estados Unidos/2006), mas a tradução tentou deixar um ar de curiosidade na capa. Outro desperdício cinematográfico que tive a oportunidade de conferir. O meu tempo para ver esse filme nem chegou a ser um problema, segurei as pontas por cerca de 80 minutos e rapidamente “me despedi” dele sem qualquer remorso. O filme mostra um casal aparentemente bem-sucedido, ela uma atriz de cinema (Lili Taylor interpretada por Tamzin Outhwaite) e ele (Andy Becker vivido por Nicholas Irons), um escritor de romances que enfrenta um bloqueio criativo. O casamento deles não é lá essas coisas, e quando eles vão para uma “agitada” festa da alta sociedade, algumas situações já revelam que o caldo vai entornar muito em breve. 

Ainda sobre a festa, enquanto Lili provoca um clima com um importante produtor de cinema (ele aceita sem objeções), seu marido é cobrado pelo seu Agente a respeito do próximo livro, e o desconforto toma “sufoca” o ambiente por não ter a melhor resposta. Momentos depois, a atriz é flagrada pelo marido no “rala e rola” num dos quartos da mansão (o que já azeda de vez o clima para ele, apesar de presenciar a cena sem se fazer alarde, ele se retira do local com a testa doendo). Apesar de alegar ter bebido somente uma dose de uísque, Andy e Lili entram no carro (ela aos trôpega e quase desacordada = teor alcoólico pra lá de Bagdá) e assim vão embora. Ocorre que Andy dorme ao volante e ambos sofrem um acidente.

Depois de um salto temporal de 6 meses, a vida deles seguiu mais morosa que uma tartaruga disputando uma maratona no deserto, ela numa cadeira de rodas e o marido servindo preso a uma vida infeliz, ainda que ileso fisicamente do acidente que acometeu gravemente sua esposa. Os médicos realizam diversos exames nela e nada clínico é detectado, acreditam que um trauma psicológico decorrente do acidente é o que está impedindo Lili de voltar a andar. Ela, que está mais ranzinza do que nunca, fica inconsolável por ninguém conseguir devolver sua autonomia de locomoção, enquanto que um dos médicos sugere que o casal recorra a um tratamento alternativo. Nisso, o irmão da Lily (Jason Weiss, interpretado pelo ator Jason Flemyng) sugere ao casal ir à Índia realizar um tratamento especial, à base de massagens com ervas medicinais.

O casal chega à Índia e Lily é recepcionada como celebridade (a novela em que ela é protagonista está em exibição no país) e rapidamente devolve à mulher uma autoestima que há muito não se via. A relação do casal segue feita como água e óleo, e nesse ínterim, Andy se depara com a belíssima Sara Varghese (Sandra Teles) banhando-se em um lago intimista nos arredores do hotel em que ele está hospedado. Rapidamente eles criam um vínculo perigoso, pois Sara é casada e a câmera mostra alguém observando-os sempre que estão juntos (inclusive nas cenas impróprias para menores de 18 anos). Quando esse triângulo começava a criar forma de “lei do retorno”, Lily desaparece do hotel e reaparece morta na encosta de uma praia. Todas as suspeitas recaem para Andy, que não tem muito como explicar seus sumiços e na única chance que tem, é traído por Sara, que não confirma sua história para a polícia.

Uma história paralela a isso é a filha do policial, uma adolescente que é muito curiosa e está sempre à frente do computador pesquisando (curiando) as coisas, acaba descobrindo que o irmão de Lily não é de sangue, mas devido a uma relação do pai com outra mulher. Essa informação coloca o policial responsável pelas investigações com um dilema, apesar de teimar em manter sua posição de acreditar que Andy é o responsável pelo crime. Seguindo o exemplo do filme anterior, vou parando por aqui, deixarei o tal “Mistério da Índia” no ar, para ver se eu estou exigente demais para não ter gostado de como a coisa toda foi se desenvolvendo na trama. Não gostei pelo excesso de cenas descartáveis e até certo ponto meio que desafiando o intelecto de quem está assistindo.

Essa mistura de romance com mistério seguido de morte talvez quis trazer um pouco de Agatha Christie para a história, mas o resultado foi bem fraquinho, longe de uma sequência cinematográfica marcante, em que o resultado obtido somente os baixos orçamentos são capazes de promover, observado aqui claramente pela falta de recursos para cenas melhores. Ainda que a trama seja manjada pela motivação dos crimes, acredito que a receita pronta poderia ser melhor desenvolvida. É isso meus amigos, a curiosidade falou mais alto e acabei passando por momentos “desafiadores” de resiliência para ver esses filmes. Mas não levem minha opinião como resposta definitiva, convido-os a assistirem essas “tentativas” de longa-metragem, vamos “melhorar” o horizonte perceptivo que não consegui vislumbrar. Nota 3 só porque o filme atravessou o continente. Também no streaming do Looke.