quinta-feira, 22 de abril de 2021

A conversa continua e o assunto é Wishbone Ash

Quando eu quero escrever sobre rock, sou imediatamente surpreendido, me deparo com coisas inacreditáveis dos anos 1960 e 1970, penso em parar com os devaneios escritos me deleitar com as bandas que acabaram de entrar no meu caminho. Às vezes me considero um tanto atrasadoentendam isso como “desprovido de mais curiosidade”, culpa exclusivamente minha por me conformar com o alcance “visível” das sugestões padronizadas da tela inicial do YouTube, que é baseada numa série de combinações que não faço a menor ideia de como funciona. Felizmente esses anos de letargia acabaram, consegui com muito custo atravessar a cachoeira.

A partir desse momento, um novo capítulo surge diante de mim, parece que estou num sonho, nele as bandas de rock, heavy metal, rock progressivo, funk e primos dessas linhas interagem, conversam animadamente, arrumam suas confusões inerentes da rebeldia, se harmonizam nos momentos que as guitarras “gritam”, são regidos por pesadas baterias e as cordas do baixo são como arames farpados em que os dedos de seus mentores raspam como se quisessem tirar a ferrugem com seu próprio sangue. Na mesma toada uma enxurrada de bandas tocam seus melhores acordes e algumas delas recebem o passe livre para atravessar a mesma cachoeira da qual eu vim, mas seguindo o caminho inverso, invadindo o mundo comum.

Tive o privilégio de ser agraciado com trabalhos incríveis, uma banda inglesa que chamou logo de cara a minha atenção foi a Wishbone Ash, com o álbum “Argus”, de 1972. Os caras possuem alcancealienígenas, sei lá, não consigo encontrar outra explicação que não seja uma espécie de “ajudinha” extraterrestre, só isso me convence para tamanha compreensão musical naqueles anos. A tecnologia esbarrava nos limites tímidos da época enquanto eles enxergavam o futuro a olho nu! Impossível! Mas era possível, é como se eu jogasse uma lupa sobre o passado e descobrisse nas quase imperceptíveis miudezas segredos que ficaram para trás e hoje valem milhões de batidas compassadas no meu coração.

Pontuando o trabalho contido no belíssimo disco “Argus”, escutem a faixa “Sometime World” (Ás vezes o mundo), você se perguntará se a execução da guitarra solo foi feita por mãos puramente humanas. E mais do que isso, o diálogo dessas guitarras me impressiona. Em “The King Will Come” (O Rei chegará) tem uma levada instrumental limpa, gostosa de ouvir, uma curta passagem é contada na letra, com repetição de longos refrões. O álbum possui somente 7 faixas e todas são ricas em qualidade instrumental, provando que é possível gravar um excelente disco com poucas faixas. Destaco também a música “Leaf and Stream” (Folha e Riacho), que apresenta uma história de reflexão com o testemunho in loco da natureza. A dúvida que fica: trata-se de um sonho ou realidade? Essa fica para a assimilação de cada um…


Informações adicionais:

Andy Powel – guitarra solo e vocais

Ted Turner – guitarra solo e vocais

Martin Turner – baixo e vocais

Steve Upton – bateria


Faixas do álbum Argus:

1. Time Was

2. Sometime World

3. Blowin’ Free

4. The King Will Come

5. Leaf And Stream

6. Warrior

7. Throw Dowb The Sword

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Para ser bem franco com o vocês, esse foi até o presente momento o primeiro e único trabalho que conferi da banda (para efeito de curiosidade, Argus é o terceiro álbum deles). Eles possuem uma extensa discografia, com mais de 30 discos de estúdio lançados e ainda estão na ativa. Podem ter certeza que em breve voltarei aqui para trazer outros discos do Wishbone Ash, que sem dúvidas tem uma importante, rica e essencial presença eternizada na história do rock. Existe a versão remasterizada desse disco, lançado em 2002, que conta com quatro faixas bônus, sendo três delas execuções ao vivo.

Nos trabalhos de bastidores, enquanto escrevia o texto, deixei o disco tocando, aproveitando o agradabilíssimo som enquanto as linhas acima eram preenchidas com meus rascunhos mentais. Minhas fontes de pesquisa foram o Wikipedia (somente para os nomes dos integrantes), que tratei prontamente de ratificar isso com outras fontes da internet, para não incorrer em equívocos, evitando-se assim trazer informações erradas. Para o próximo encontro, estou com vontade de falar sobre o trabalho solo de Dave Evans (primeiro vocalista do AC/DC) ou talvez eu apresente a vocês alguma banda obscura dos anos 70. Bom, ainda não sei, nos vemos em breve!

quarta-feira, 14 de abril de 2021

Swedish Erotica, que banda é essa?

Olá amigos, escrever sobre música tem se tornado um ofício muito prazeroso para mim, pois gosto de descobrir bandas de rock e mais que apreciar os novos achados, dividir com vocês só aumenta a minha responsabilidade em realizar de pesquisas objetivas com o intuito de trazer conteúdo de alta qualidade e assim continuar nessa auspiciosa missão de difundir o bom rock n’ roll clássico como também suas vertentes. O maior desafio que tenho encontrado é apresentar bandas pouco conhecidas no radar brasileiro, principalmente aquelas que tiveram um curto período de atividade.

banda Swedish Erotica entrou no meu caminho há pouco tempo, mas cativou os meus sentidos para música desde o início, com acordes “farofentos”, que para mim não passa de um termo insípido para se referir a trechos ritmados e que revelam interessante sintonia do arranjo da banda de modo geral. Em outras palavras, são músicas com boas chances de serem bem-vindas nas rádios sem um filtro tão exigente de elementos que comprovem verdadeiramente sua qualidade. Bem, esse grupo sueco foi formado em 1985 e permaneceu ativo até 1996. Falarei sobre o álbum que leva o mesmo nome da banda, lançado em 1989, pela gravadora britânica Virgin Records.

A abertura do disco fica por conta da poderosa “Rock N’ Roll City” (Cidade do Rock N’ Roll”), que tem uma introdução bem oitentista e já cita na primeira estrofe nada menos que Keith Moon, ex-baterista da banda The Who, que faleceu em 1978. Outras estrelas do rock são mencionadas ao longo da música, como John Lennon, Buddy Holly, Jim Morrison, Jimi Hendrix entre outros. Mas tudo não passou de um sonho do nosso protagonista que dormiu no volante. As guitarras estão ótimas nesse som e o vocal é intensamente agradável.

A faixa intitulada “We're Wild Young and Free” (Nós Somos Loucos, Jovens e Livres) é como um grito de liberdade, onde jovens clamam por novos tempos, enfatizando que as ditaduras fazem parte do passado, com uma bela citação ao ator James Dean (1931-1955), famoso pelo filme Rebel Without a Cause” (Juventude Transviada), de 1955, onde interpreta o problemático Jim Stark. Destaco o ótimo trabalho de vocais de fundo, um coro muito bem delineado, para mim o trecho mais grudento de todo o álbum.

Em “Hollywood Dreams” (Sonhos de Hollywood) os acordes de violão são precedidos do silêncio e uma pesada respiração que protagonizam e deixam as guitarras em segundo plano, sinto muito, mas dessa vez nem a bateria conseguiu fazer frente. A banda novamente lança mão de coros bem executados para “You might get nighmares livin’ out all your Hollywood dreams” (Você pode obter pesadelos vivendo todos os seus sonhos de Hollywood). A letra faz referências para quem anseia debutar e se estabelecer num dos epicentros mais importantes do cinema mundial, sugerindo atenção para eventuais miragens.

Em “Downtown” (Centro da Cidade) até Bon Jovi faz parte da festa, a música tem nos seus quase quatro minutos muito alto-astral e espaço zero para gente desanimadaA contagem regressiva inicial é somente para preparar o grito entalado na garganta de “Party all night, rockin’ all night” (Festa a noite toda, rock a noite toda). O trabalho instrumental é muito equilibrado, mas destaco os vocais, algo neles faz a música não sentir o peso dos mais de trinta anos desde o lançamento, como se não envelhecesse.

Capa do álbum de estreia

O disco conta com um total de 12 faixas, sendo a última uma versão acústica de “Hollywood Dreams”. Eu não tenho (ainda) a versão física, mas pretendo adquirir em breve, e quando isso acontecer trarei fotos para vocês. Por enquanto, apresento algumas imagens obtidas na internet. Antes que me perguntem eu já antecipo a responder que “sim”, eles são uma banda que logo de cara é possível notar o “cheiro” comercial, não à toa muitas menções a artistas consagrados são feitas em várias músicas. Entretanto, não vejo mal algum nisso, desde que a produção seja honesta e eficiente para quem aprecia um bom trabalho.

Outro ponto que faço questão de observar é com relação ao nome da banda. Infelizmente “Swedish Erotica” é um nome bem genérico e quando realizei pesquisa para conhecer o trabalho deles, muitas referências eróticas surgiram na primeira página de pesquisa. O primeiro nome da banda, lá nos idos de 1985 era “Swedish Beauty” (Beleza Sueca), mas não durou muito e “Erotica Sueca” (tradução livre) acabou sendo a ideia que permaneceu e repercutiu por todo o trabalho conhecido até o presente momento. Fica aqui o meu alerta para evitar que o garimpo dessa banda seja realizado ao alcance de crianças e mesmo a menores de idade (adolescentes)grande parte do resultado das pesquisas feitas com as palavras-chave Swedish+Erotica é expressamente inapropriado.

Da esquerda para a direita: Morgan Le Fay, Magnus Axx, B.C. Strike, Matt S. Levén e Johnny D' Fox (deitado)

Integrantes:

Matt S. Levén - vocais principais, vocais de fundo, teclados
Magnus Axx - solo, ritmo e guitarras acústicas, vocais de fundo
Morgan Le Fay - solo, ritmo e guitarras acústicas, vocais de fundo
Johnny D' Fox - baixo, vocais de fundo
B.C. Strike - bateria, vocais de fundo

Faixas:

1. ROCK’ N’ ROLL CITY

2. LOVE ON THE LINE

3. WE’RE WILD, YOUNG AND FREE

4. HOLLYWOOD DREAMS

5. LOVE HUNGER

6. LOVE ME OR LEAVE ME

7. DOWNTOWN

8. SHE DRIVES ME CRAZY

9. LOADED GUN

10. RIP IT OFF

11. BREAK THE WALLS

12. HOLLYWOOD DREAMS (versão acústica)

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Bom pessoal, vou ficando por aqui, espero que tenham despertado interesse em conhecer o trabalho da Swedish Erotica e que as músicas deles causem em vocês o mesmo prazer que me proporcionou ao escutá-los. Voltarei em breve comentando sobre outra banda, sempre pincelando minhas impressões e dividindo com vocês.

Minhas fontes de pesquisa: páginas da web Wikipedia (para conhecer um pouco sobre a história da banda) e Metal Music Archives (nomes dos integrantes). O restante escrito no texto acima foram desenvolvidos pela minha pequena e essencial massa cinzenta – risos