segunda-feira, 26 de setembro de 2022

O valor de quem respira sua própria vida

Não preciso citar que a minha opinião é favorável a banda norte-americana Guns N’ Roses. Ora, se eu for acreditar ou dar a pretensa reverência ao que escrevem certas pessoas, estarei sendo posto a uma posição de subserviência a opiniões e “decretações” diferentes das que emanam do meu coração, daí a minha “pequena” colocação” para essas pessoas que ganharam da nossa nacionalização o termo “haters”; aquele que negativamente expõe sua opinião (conforme a democracia prevê a posição, lembrando a tempo que EXISTE o contraditório), mas que tenta a todo custo angariar devotos (seguidores), sem permitir a opção própria do pensar de cada um, em justaposição à opiniões retas e sem qualquer aceno para discórdia. Se eu concordo com o emissor da opinião, estou no "céu", se eu emito uma opinião contrária, estou no "inferno"?! Não é assim que as coisas funcionam! Tudo que estou escrevendo deve ser considerado dentro de um campo de respeito mútuo, que deve ser o pontapé inicial para iniciar um bom diálogo.

Deus do céu! Quando vou a um show de rock, principalmente quando se trata de uma banda que de alguma maneira me traz recordações positivas, independente do idioma em que ela torna essa ocasião possível, eu não pago o meu ingresso pensando única e exclusivamente na condição em que os integrantes se encontram naquele momento. Se sou fã ou se sou idiota para alguns técnicos, especialistas e críticos incriticáveis pelo mundo circulante ou quadradante em que vivem, não estou me importando ou me incomodando com essas pessoas que não pagam minhas contas, não estão na minha pele, não vivem dentro do meu espírito e tampouco merecem minha atenção quando criticam algo que me faz bem. Quem são essas pessoas que escoram ou acorrentam suas opiniões em objetivos publicitários, onde a qualidade é subjugada sob seus ângulos, desprezando condições emocionais de qualquer outro ser humano que habita este planeta? Ser “ignorante” para mim é desconhecer algo e quando adquiro o ingresso no universo dessa nova aquisição cultural, entendo que a minha atual condição me transforma, portanto, o hiato de julgar as pessoas pela simples ideia em “acreditar” que ela é desprovida de um mínimo conhecimento, é no mínimo petulante, para não penetrar em um caminho com palavras menores e, por fim, não é critério para avaliar sentimento que cada pessoa tem resguardada como direito único, irrestrito e imutável de sentir quando lhe é apresentado algo que atinge o seu espírito. E sim, estou falando de música. Como criticar alguém que frequenta um show se o direito de ir e vir é respaldado por uma lei dos homens? Como criticar alguém que, honestamente, pagou seu ingresso com o valor do seu suor e ainda assim se vê diante de pessoas que criticam a sua atitude de forma direta ao ser classificada como “idiota” pela definição de ser um “fã”? Oras, se uma pessoa frequenta um show, ela é fã, admiradora e segura de si para se deslocar até aquele lugar onde está acontecendo o show. Os corajosos podem dizer o que pensam, só não me obriguem a concordar (nem toda coragem é meritória), mas os verdadeiros dirão que se trata de uma pessoa que gosta, pela razão mais subjetiva possível, daquele artista ou conjunto, numa condição razoável, em maior ou menor grau, sendo assim considerado um fã (e isso é um elogio e não uma forma de menosprezo ou redutivo de condição que minimiza o seu ser). Ser fã não é demérito, ao contrário, é uma demonstração de valor por algo que ela acredita (não se nomina certo ou errado por algo que emana da origem espiritual do ser). E se isso incomoda determinadas pessoas que preferem “julgar sem precedentes”, cuja simplicidade de valores passou distante das frias palavras que tornaram públicas a sua posição. E discordar parece algo de outro planeta para tais pessoas que acreditam piamente que suas opiniões são definitivas e finais de direções.

Em outras palavras, seja você mesmo e não tenha “ouvidos” que emanam do comunicador secular chamado “YouTyuuuube”, como assim definem aqueles que se dizem saber pronunciar essa escrita.

segunda-feira, 19 de setembro de 2022

Iron Maiden em São Paulo (04/09/22)

Poster da turnê de 2022

Quando eu fui assistir pela primeira vez o show do Iron Maiden, ainda não tinha o blog, esse momento que considero um marco na minha vida “roqueira” aconteceu no dia 06 de outubro de 2019. Naquela ocasião, não havia mais ingressos pelos canais comuns e oficiais e eu já estava meio que conformado em não ir, afinal, havia optado pelo Rock Fest, evento que aconteceu em setembro daquele ano com a presença de bandas como WhitesnakeEuropeHelloween e Scorpions. Não tinha como reclamar, mesmo sabendo que não seria daquela vez que veria pessoalmente a Donzela de Ferro. Entretanto, quis o destino (com o apoio dos Deuses do Rock) que essa história fosse contada de outra forma.

Poster da turnê de 2019

Pois bem, ainda rememorando 2019, eu acessei despretensiosamente um site de fidelização de pontos do meu cartão de crédito e lá constava que eu poderia ir a Lua e voltar com tantos pontos acumulados que eu tinha. Confesso que nunca fui de ficar olhando isso, daí a minha surpresa, então comecei a procurar livros e revistas para fazer a troca. De repente me deparei com o show do Iron Maiden e boquiaberto com a informação de que havia ingressos SOMENTE na Pista Premium em troca de uma quantidade de pontos inferior ao que eu tinha disponível. Ao final de alguns cliques, recebi no meu e-mail o que para mim era mais que um ingresso: me senti com a sorte de ter tirado o cupom dourado para poder ter o direito de visitar a Fantástica Fábrica de Chocolate (1971). Bruce Dickinson era o meu Willy Wonka (Gene Wilder) naquele momento (risos).

Meu bilhete dourado: ingresso para o show do Iron

Voltando para 2022, mas sem perder de vista um passado não muito distante com aquele show surreal que foi ver de perto o Iron Maiden, posso dizer que neste ano as coisas foram mais “previsíveis”. Eu e minha amiga adquirimos o ingresso logo na primeira semana, sem dar margem para qualquer tipo de susto, já que os shows dessa banda costumam esgotar rapidamente. Isso porquê o show estava marcado para 04 de setembro de 2022 e os ingressos foram disponibilizados cinco meses antes. O único agravante é que essa venda de ingressos foi na mesma época em que o Guns N’ Roses anunciou shows no Brasil (não lembro quem anunciou primeiro), fato é que me fez fazer uma pequena “loucura” no cartão de crédito para garantir presença em ambos. Nada como um parcelamento de compra de ingressos como atrativo “sedutor” do nosso mundo contemporâneo!

Divulgação / Fonte: Iron Maiden

Nunca fui um fã de carteirinha do Iron Maiden, o meu respeito por eles e por tudo o que fizeram pela cena do heavy metal é o que me estimulou a lançar mão de todas as alternativas possíveis para garantir presença no show. Até tentei comprar o ingresso pessoalmente no dia da abertura das vendas, na bilheteria do estádio do Morumbi, mas desisti quando vi a fila que dobrava quarteirões (além do sol escaldante diante daquele mundaréu de gente – totalmente descampado -- me fez desistir da ideia e seguir pelo caminho mais caro da internet). O ingresso para a Pista Premium (inteira) foi fixado no valor de R$ 760,00 mais a taxa de conveniência. A turnê mundial da banda estava promovendo o álbum “Senjutsu”, lançado em 3 de setembro de 2021, com o alicerce dos grandes clássicos da rica história do grupo ao longo de mais de quatro décadas.

Aguardando o início do Rock in Rio 2022

Antes do show na cidade de São Paulo, o Iron Maiden tocou no Rock in Rio (02 de setembro de 2022), um show considerado por muitos (inclusive por mim) com o melhor de todo o festival (escrevo esse texto já com o evento finalizado). E a apresentação dessa “entidade do rock” pude ter uma boa noção do que esperar logo em seguida na capital paulista. Nos dias que antecederam ao show muitos canais de conteúdo no YouTube fizeram programas especiais, dentre eles o RMH Animal Records (edição de 03 de setembro de 2022), onde os roqueiros Carlos Chiaroni e Paulinho Heavy trouxeram um apanhado geral sobre a discografia da banda. Sem mais delongas, nas linhas abaixo o meu testemunho de um dia muito especial.


Carlos Chiaroni e Paulinho Heavy

Estava um frio daqueles congelantes no domingo, 04 de setembro de 2022, e considerando também o fato de ter sofrido com experiências recentes e nada agradáveis relativos à baixa temperatura no estádio do Morumbi, em jogos do meu time – São Paulo Futebol Clube – fiz uma preparação à altura do que enfrentaria naquela noite de heavy metal. Fui de metrô e cheguei bem próximo do horário da banda de abertura, os suecos do AVATAR. Eles entraram no palco por volta das 18h45 e permaneceram por aproximadamente 1 hora. Admito que não gostei dessa banda, mas nada que tenha atrapalhado a minha experiência, afinal, usei o tempo para tentar encontrar um melhor ângulo de visão e também comprar cerveja (Black Princess – oficial do evento). Havia também a cerveja que levava o nome da banda, mas nem tentei descobrir o preço dela (risos).


Antes do show

A banda entrou no palco poucos minutos após previsto, que era às 20h00, não sem antes as caixas de som tocarem a música “Doctor Doctor”, clássico do UFO, que já acompanha a banda como espécie de introdução aos shows há alguns anos. As primeiras três músicas foram do álbum Senjutsu, todas muito bem executadas e com cenários impressionantes, marca registrada da banda. Eu nem me lembrava do frio, estava aquecido com aquela atmosfera incrível que São Paulo consegue proporcionar, afinal, a nossa cidade é o local em todo o planeta em que mais se escuta Iron Maiden. A partir da quarta música foi um verdadeiro desfile de clássicos, em que apresentarei abaixo, com o respectivo álbum e ano de lançamento ao lado de cada música:

1) Senjutsu (Senjutsu - 2021)
2) Stratego (Senjutsu - 2021)
3) The Writing on the Wall (Senjutsu - 2021)
4) Revelations (Piece of Mind - 1983)
5) Blood Brothers (Brave New World 2000)
6) Sign of the Cross (The X Factor 1995)
7) Flight of Icarus (Piece of Mind - 1983)
8) Fear of the Dark (Fear of the Dark - 1992)
9) Hallowed Be Thy Name (The Number of the Beast - 1982)
10) The Number of the Beast (The Number of the Beast - 1982)
11) Iron Maiden (Iron Maiden 1980)

Encore I

12) The Trooper (Piece of Mind - 1983)
13) The Clansman (Virtual XI 1998)
14) Run to the Hills (The Number of the Beast - 1982)

Encore II

15) Aces High (Powerslave - 1984)

Com o setlist acima a banda mais uma vez provou com sobras que é uma das melhores da atualidade em termos de tudo: desde a complexidade da produção dos mais variados palcos (tudo é metricamente pensado) onde cada cenário está intimamente conectado com as músicas em execução, a parte vocal do Bruce Dickinson, que no alto dos seus 64 anos de idade, continua entregando um show perfeito, além de todos os demais integrantes, que seguem mostrando a mesma vitalidade, desafiando o poder do tempo, com qualidade irretocável e conduzindo o nome Iron Maiden após mais de quatro décadas mundo afora. Aliás, o Sr. Bruce Dickinson estava bem animado, interagiu bastante com o público, se movimentando pelo palco durante todo o concerto.

Aces High / Foto: Daniel Gonçalves

O show terminou pouco mais das 22h00, totalizando aproximadamente 2 horas de 15 minutos, o suficiente para eu sair dali energizado, com a sensação de ter emprestado ao meu espírito momentos inesquecíveis e impagáveis, de pura adrenalina e o mais completo privilégio jubilar de ter testemunhado um momento que jamais será esquecido. A noite teve mais perfeições que momentos desagradáveis, pelo lado da banda, guardo as melhores recordações, um verdadeiro privilégio vê-los novamente. O que me causou decepção foi a superlotação da Pista Premium, um espaço que deveria promover bem-estar e conforto, já que o valor é muito caro para ficar “ensanduichado” do início ao fim. Logística infeliz por parte da organização, banheiros (químicos) lotados, além da dificuldade para comprar bebidas. Pelo valor cobrado, não apenas eu, duvido que alguém tenha se sentido “confortável” num espaço em que pagou muito mais caro e o retorno disso foi exatamente o contrário.


Depois do show - com a capa "rock" de chuva

Para finalizar, deixarei abaixo o link do meu canal no YouTube, onde gravei algumas músicas do show, mais como uma peça de recordação, já que não estava nos meus planos registrar nada em vídeo. Acabei mudando de ideia por algum tipo de impulso que tomou controle sobre minhas ações. Quando um momento especial como esse termina, um misto de emoções embaralha os pensamentos, entre a satisfação e a ansiedade que se renova para que a banda não demore a retornar ao país. 

Link: Daniel Gonçalves – Roqueiro Sem Fronteiras

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Mais algumas fotos do show registradas por mim:





Até a próxima!