Quando comecei a escutar música, no final do século passado, fui influenciado por amigos próximos a conhecer duas bandas já consagradas: Guns N’ Roses e Bon Jovi. De certa forma esse é um caminho natural, são raros os casos em que alguém começa por bandas desconhecidas. A partir daí uma verdadeira revolução aconteceu em minha vida, um universo de descobertas surgiu diante de mim. Em outro momento, contarei mais sobre os meus primeiros passos dentro da música. Hoje vou falar sobre uma banda de rock melódico pouco explorada no Brasil, mas que tem uma trajetória consolidada e tremendamente bem-sucedida: Europe.
Apenas pincelando um pouco de história, o Europe, para quem não sabe é uma banda nascida na Suécia, começou a ser rascunhado na década de 70, quando o guitarrista John Norum, que tinha uma banda chamada “WC” convidou Joey Tempest, da banda “Roxanne”, a integrar seu time. O convite foi aceito e a banda “WC” mudou de nome, passando a ser “Force”. Esse nome durou pouco, já que em 1982, a banda foi inscrita para um campeonato sueco de rock sob o nome de Europe. Os caras venceram o campeonato e o prêmio consistia na gravação de um álbum de estúdio. Em 1983 a banda lançou o seu primeiro álbum, de mesmo nome, que fez muito sucesso na Suécia e, pasmem, no Japão!
Trouxe para vocês o álbum “Wings of Tomorrow” (Asas do Amanhã), lançado no dia 24 de fevereiro de 1984. A banda teve influência de verdadeiras entidades sagradas do rock, como Nazareht, Elvis Presley, Thin Lizzy, UFO, Deep Purple entre outros. Só aí já é possível perceber que os caras estavam num caminho muito promissor, com referências musicais inquestionáveis. Esse foi o segundo álbum do Europe, que serviu para ratificar o sucesso obtido na estreia, no ano anterior, trazendo mais hits poderosos para o seu repertório. Vou destacar as músicas que mais mexeram comigo.
A faixa “Stormwind” (Vento Tempestuoso) abre o disco e já entra no cérebro como alguém que bate com o pé na porta para abri-la. Frases como “I have so much left to remember” / I have so much left to forget” (Eu tenho tantas coisas para lembrar / Eu tenho tantas coisas para esquecer), cantadas com vigor pelo Joey Tempest, mostra que eles não estão para brincadeira. O disco parece um celeiro de hits, pois a faixa seguinte é nada mais nada menos que “Scream of Anger” (Grito de Raiva), tocada com intensidade do início ao fim. A intensidade baixa para escutarmos com calma os acordes de “Open Your Heart” (Abra Seu Coração). Um hino que não envelhece.
Num disco de dez faixas, eles ainda se dão ao luxo de incluir uma totalmente instrumental, como é o caso de “Aphasia”, que mesmo sendo curtinha, a banda mostra todo o seu entrosamento, com guitarras seguras e uma inquieta bateria que não deixa ser esquecida em momento algum. “Dreamer” (Sonhador) fala sobre dor, anos de luta e solidão, me parece um conflito interior, mas não consigo pensar muito na letra quando temos John Norum me levando junto com sua guitarra numa viagem hipnotizante. Sou trazido de volta à realidade quando a faixa “Dance The Night Way” começa a tocar, vibrante, com energia e bem definido quando escuto “And my heart will never get cold” (E meu coração nunca vai fica frio). Sim, essa foi a última faixa do disco.
Formação da banda que gravou o álbum “Wings of Tomorrow”:
Joey Tempest (vocal, guitarra e teclado)
John Norum (guitarra solo)
John Levén (baixo)
Tony Reno (bateria)
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Músicas:
1. Stormwind – 4:33
2. Scream Of Anger – 4:07
3. Open Your Heart – 4:11
4. Treated Bad Again – 3:47
5. Aphasia – 2:33
6. Wings Of Tomorrow – 4:00
7. Wasted Time – 4:10
8. Lyin’ Eyes – 3:48
9. Dreamer – 4:29
10. Dance The Night Away – 3:37
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Fontes da minha pesquisa:
Tradução do encarte escrita por Bill Leslie, parte da edição lançada em 2010 e algumas referências no Wikipedia.