domingo, 18 de outubro de 2020

Afinal, que banda é essa chamada Europe?

Quando comecei a escutar músicano final do século passado, fui influenciado por amigos próximos a conhecer duas bandas já consagradas: Guns N’ Roses e Bon Jovi. De certa forma esse é um caminho natural, são raros os casos em que alguém começa por bandas desconhecidas. A partir daí uma verdadeira revolução aconteceu em minha vida, um universo de descobertas surgiu diante de mim. Em outro momento, contarei mais sobre os meus primeiros passos dentro da música. Hoje vou falar sobre uma banda de rock melódico pouco explorada no Brasil, mas que tem uma trajetória consolidada e tremendamente bem-sucedidaEurope.

Apenas pincelando um pouco de história, o Europe, para quem não sabe é uma banda nascida na Suécia, começou a ser rascunhado na década de 70, quando o guitarrista John Norum, que tinha uma banda chamada “WC” convidou Joey Tempest, da banda “Roxanne”, a integrar seu time. O convite foi aceito e a banda “WC” mudou de nome, passando a ser “Force”. Esse nome durou pouco, já que em 1982, a banda foi inscrita para um campeonato sueco de rock sob o nome de Europe. Os caras venceram o campeonato e o prêmio consistia na gravação de um álbum de estúdio. Em 1983 a banda lançou o seu primeiro álbum, de mesmo nome, que fez muito sucesso na Suécia e, pasmem, no Japão!

Trouxe para vocês o álbum “Wings of Tomorrow” (Asas do Amanhã), lançado no dia 24 de fevereiro de 1984. A banda teve influência de verdadeiras entidades sagradas do rock, como Nazareht, Elvis Presley, Thin Lizzy, UFO, Deep Purple entre outros. Só aí já é possível perceber que os caras estavam num caminho muito promissor, com referências musicais inquestionáveis. Esse foi o segundo álbum do Europe, que serviu para ratificar o sucesso obtido na estreia, no ano anterior, trazendo mais hits poderosos para o seu repertório. Vou destacar as músicas que mais mexeram comigo.

A faixa “Stormwind” (Vento Tempestuoso) abre o disco e já entra no cérebro como alguém que bate com o pé na porta para abri-la. Frases como “I have so much left to remember” / I have so much left to forget” (Eu tenho tantas coisas para lembrar / Eu tenho tantas coisas para esquecer), cantadas com vigor pelo Joey Tempest, mostra que eles não estão para brincadeira. O disco parece um celeiro de hits, pois a faixa seguinte é nada mais nada menos que “Scream of Anger” (Grito de Raiva), tocada com intensidade do início ao fim. A intensidade baixa para escutarmos com calma os acordes de “Open Your Heart” (Abra Seu Coração). Um hino que não envelhece.

Num disco de dez faixas, eles ainda se dão ao luxo de incluir uma totalmente instrumental, como é o caso de “Aphasia”, que mesmo sendo curtinha, a banda mostra todo o seu entrosamento, com guitarras seguras e uma inquieta bateria que não deixa ser esquecida em momento algum. Dreamer” (Sonhador) fala sobre dor, anos de luta e solidão, me parece um conflito interior, mas não consigo pensar muito na letra quando temos John Norum me levando junto com sua guitarra numa viagem hipnotizante. Sou trazido de volta à realidade quando a faixa “Dance The Night Way” começa a tocar, vibrante, com energia e bem definido quando escuto “And my heart will never get cold” (E meu coração nunca vai fica frio). Sim, essa foi a última faixa do disco.

Formação da banda que gravou o álbum “Wings of Tomorrow”:

Joey Tempest (vocal, guitarra e teclado)

John Norum (guitarra solo)

John Levén (baixo)

Tony Reno (bateria)

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Músicas:

1. Stormwind – 4:33

2. Scream Of Anger – 4:07

3. Open Your Heart – 4:11

4. Treated Bad Again – 3:47

5. Aphasia – 2:33

6. Wings Of Tomorrow – 4:00

7. Wasted Time – 4:10

8. Lyin’ Eyes – 3:48

9. Dreamer – 4:29

10. Dance The Night Away – 3:37

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Fontes da minha pesquisa:

Tradução do encarte escrita por Bill Leslie, parte da edição lançada em 2010 e algumas referências no Wikipedia.

domingo, 20 de setembro de 2020

Blow Up Your Video, o álbum do AC/DC em Alta Voltagem!

Certa vez escutei a frase que dizia algo como “...fazer parte do AC/DC é como ter o melhor emprego do mundo…”, musicalmente falando, devo concordar plenamente com essa colocação. O AC/DC é uma banda de rock n’ roll sem enrolação, com seu som reto, barulhento, guitarras raivosas e bateria ininterrupta. O vocal é um terremoto de palavras, sem melodias, só pancada, do início ao fim. Estou aqui para falar do álbum “Blow Up Your Video”, lançado no início de 1988. Para escrever esse texto, escutei o material do álbum duas vezes, uma com os fones de ouvido, outra estourando as caixas de som da minha casa. Também fiz a tradução da história contada no encarte do disco, que aliás foi a única fonte da minha pesquisa.

Sem enrolar, já digo de cara duas músicas que não saem da minha cabeça: That’s The Way I Wanna Rock N Roll e Two’s Up. Podem colocar no último volume que certamente terão uma experiência maravilhosa. Tudo que eu abordar nesta postagem faz parte do resultado da tradução do encarte do disco. “Blow Up Your Video é a celebração daquela coisa gloriosa chamada Rock N Roll” (Alan Di Perna), sábias palavras desse escritor, que é o autor da minha fonte de pesquisa. Está difícil tirar essa frase da minha frente para poder seguir escrevendo. Continuando, a banda iniciou o período para a gravação do álbum num estúdio localizado no sul da França e com eles havia o rascunho de 19 músicas para serem trabalhadas.

Lembrando que o AC/DC em 1988 já contava com 14 álbuns lançados em quinze anos de carreira (sendo dez produções de estúdio). Só para vocês terem uma ideia nessa época eu tinha 3 anos de idade! (observação totalmente dispensável, admito!). Sobre a cena do rock daquele momento, o guitarrista Angus Young tinha uma ideia bem definida a respeito do assunto: “Você tem que provar a si mesmo de novo e de novo”, mostrando o apetite sempre em “alta voltagem” (trocadilho com “High Voltage” – o primeiro álbum da banda), para assim manter o nível acelerado que é marca registrada da banda.

Foram acionados para produzir o álbum a dupla George Young e Harry Vanda, que já haviam trabalhado nos cinco primeiros discos da banda, entre 1973 e 1978. George, Malcolm e Angus Young, os irmãos novamente juntos! Para quem não sabe, George Young fez muito sucesso nos anos 60 com a banda “The Easybeats” (um bom assunto para futuras publicações no blog). George também foi muito importante para o surgimento do AC/DC, atuando na linha de frente bem no comecinho (baixista e guitarra) e depois seguindo na área de produção.

A respeito de outras curiosidades contidas no revelador texto do encarte, é deixado no ar que a irmã deles, Margareth Young, teria sido a responsável pelo nome “AC/DC” dado a banda, além disso, foi a primeira vez que o vocalista Brian Johnson (na banda desde 1980) trabalhou com os produtores Geroge Young e Harry Vanda. Provavelmente a resenha do encarte foi escrito na versão remasterizada de 2003, pois é mencionado que o Blow Up Your Video foi o último trabalho gravado com o baterista Simon Wright (que permaneceu na banda de 1983 a 1989). Quem anunciaria num futuro álbum que seria o último trabalho de determinado integrante? Essa conclusão foi fácil, admito - risos.

Das 19 músicas que entraram no estúdio com a banda, 10 foram escolhidas para ver a luz do dia no álbum Blow Up Your Video. As testemunhas oculares (prefiro dizer “reza a lenda”) garantem que as faixas escolhidas foram as mais escaldantes! De qualquer maneira, convido vocês a escutarem esse álbum, que certamente foi mais um grande trabalho do AC/DC. Vou ficando por aqui, a ideia é facilitar e se eu escrever mais, o texto ficará muito maçante e a atenção do leitor se dissipará! Última informação: o CD é facilmente encontrado no mercado, geralmente no formato Digipack.

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Abaixo algumas informações técnicas, acredito que isso é importante para o complemento da publicação:


Formação da banda na gravação do Blow Up Your Video:

Malcolm Young (guitarra rítmica, vocal de apoio)

Angus Young (guitarra solo)

Brian Johnson (vocal)

Cliff Williams (baixo, vocal de apoio)

Simon Wright (baterista, percussão)

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Músicas:

1. Heatseeker – 3:50

2. That’s The Way I Wanna Rock N Roll – 3:45

3. Meanstreak – 4:08

4. Go Zone – 4:26

5. Kissin’ Dynamite – 3:58

6. Nick Of Time – 4:16

7. Some Sin For Nuthin’ – 4:11

8. Ruff Stuff – 4:29

9. Two’s Up – 5:20

10. This Means War – 4:32

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Lançamento: 18 de janeiro de 1988

Gravadora: Albert Productions

Produzido por Harry Vanda e George Young

Minha versão: remasterizada de 2003

Formato Digipack

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Agradeço a visita e espero vocês aqui novamente!

sexta-feira, 18 de setembro de 2020

Buscando inspiração


O título pode ser enganoso, inspiração não me falta para escrever sobre música, talvez o que me falta é escolher entre as inspirações disponíveis. Enquanto digito o presente texto estou com os fones de ouvidos escutando uma coletânea da banda “The Angels”. Já adianto que esse álbum não pertence a discografia oficial da banda, mas entrega um bom trabalho com grandes sucessos intercalados entre execuções ao vivo e de estúdio. Mas afinal que banda é essa “The Angels”?

Estou aprendendo sobre eles, mas já sei que é uma banda essencialmente do gênero rock (com picos de hard rock) formada na Austrália no final do ano de 1970. Mas nem sempre tiveram esse nome, inicialmente eles se chamavam “Moonshine Jub and String Band” e depois “Keystone Angels”, isso até 1976, quando passaram a ser “The Angels” definitivamente e prontos para o mundo. O curioso nisso tudo é que eles receberam apoio de nada menos que Bon Scott e Malcom Young (integrantes do AC/DC) quando assinaram o primeiro contrato com a gravadora Albert Productions. E quem são eles?

Vamos lá, falando somente dos principais integrantes, já que as idas e vindas de gente naqueles anos iniciais foram muitos e a ideia aqui é informar sem complicar, temos Doc Neeson nas funções de vocalista e baixista, Rick Brewster na guitarra principal, John Brewster na guitarra rítmica (popularmente chamada de guitarra base) e Charlie King na cozinha (bateria!). Essa formação foi a que deu o pontapé inicial sob o nome “The Angels”. Eles assinaram contrato em 1976 com a Albert Productions já sem o “Keystone”. Só para situar, naquele mesmo ano de 1976, eles substituíram o baterista, Charlie King deu lugar a Graham “Buzz Throckman” Bidstrup e no comecinho de 1977 teve a entrada do baixista Chris Bailey, deixando Doc Neeson livre para se concentrar somente no vocal. Que tal mais algumas informações?

Só para não perder o fio da meada, ainda em 1976 eles lançaram o seu primeiro single, sob o título de “Am I Ever Gonna See Your Face Again”, na tradução “Eu verei o seu rosto novamente”. A versão ao vivo dela é ótima, um bom rock n’ roll grudento e contagiante. O segundo single surgiu em julho de 1977, com o nome “You’re A Lady Now” (Você é uma senhora agora), que não está listada na coletânea que estou escutando neste exato momento. Assisti o vídeo dessa faixa no YouTube e confesso que gostei pra caramba, a música contou com a adição de backing vocals (vocais de apoio ao fundo da voz principal) e um simpático som de gaita durante parte da execução.

Pararei por aqui por acreditar que o texto já está razoável para os interessados em conhecer essa banda e para quem já conhece, deixo disponível o espaço para me alertar, corrigir e sugerir caso eu tenha escrito algo diferente da verdade real dos fatos. Usei como base de pesquisa o Wikipedia na versão em inglês e procurei traduzir da melhor maneira possível (por ser uma enciclopédia editável por qualquer um, às vezes algumas informações podem não corresponder com a verdade). Os álbuns físicos dessa banda são extremamente difíceis de encontrar, prometo iniciar novas buscas por locais que vendam o material dessa banda e posteriormente divulgar no blog. Para não causar confusão, o nome “The Angels” é atribuído a inúmeras bandas, portanto, busquem sempre pelos roqueiros australianos!

Sobre a coletânea que estou escutando, ela se chama “The Angels – Greatest Hits”, lançada em 2011, pela Liberation Music, com licença exclusiva para a Austrália e Nova Zelândia. Comprei pelo eBay (condição “novo em folha”) em agosto de 2020, custando exatos $ 6,97 (aproximadamente R$ 38,00 na cotação do dia que fiz a aquisição). O álbum, em capa de acrílico, possui 18 faixas, sendo as oito primeiras execuções ao vivo (a remasterização está ótima). O encarte é bem simples, apenas com os créditos de cada faixa e uma foto em preto e branco da banda (não tem informação de quando é datada). Vim a descobrir depois que esse material possui uma versão de luxo, com um DVD contendo 39 vídeos, entre apresentações ao vivo e videoclipes. Tentar encontrar essa versão deluxe será um bom desafio. O meu destaque vai para a faixa “Marseilles”, que conheci anos atrás numa versão cover tocada pelo Guns N’ Roses.

Busquei trazer somente o início da banda “The Angels”, eles seguiram uma longeva carreira e estão na estrada até hoje (com algumas mudanças em relação aos integrantes originais), coisa que pretendo escrever numa outra oportunidade.

Segue algumas fotos do álbum:




Nos vemos em breve, enquanto isso, escute rock, pesquise sobre as bandas e tenha ótimas experiências!