domingo, 16 de junho de 2019

Música japonesa é para poucos, será?

Olá amigos, hesitei muito em escrever as linhas do presente texto. No decorrer dos últimos dez, quinze anos, tive vários motivos (justificáveis ou não) que adiaram o ‘encontro’ do meu pensamento com a luz do dia sobre esse assunto. Afinal, de que raios estou falando? Estou falando de músicas japonesas! Escuto desde os meus catorze anos, mas não pensem que entendo de japonês, tudo se desenrolou com acompanhamento de traduções. Partindo de algum lugar, tentarei dizer a vocês que música japonesa é, no mínimo, um som que merece muito respeito. Não estou me referindo ao bombardeio de produções asiáticas que ocupou parte do cenário musical infanto-juvenil nos últimos meses (fenômenos descartáveis como o K-Pop, que aliás, é sul-coreano).

Já ouviram falar de Isao Sasaki, Ichiro Mizuki, Akira Kushida, Takayuki Miyauchi, Ai Takano ou Hironobu Kageyama? Esses cantores deram voz aos temas de abertura e encerramento dos seriados e animes que marcaram a infância ou adolescência de quem viveu essa fase da vida nos anos 80/90. Não quero duvidar do leitor, mas são muito poucos os que conhecem esses cantores. Suas músicas certamente são de conhecimento de muita gente, mas daí a saber sobre o intérprete, já é um caminho muito mais complexo a ser percorrido. Mas não os culpo, afinal, a cultura oriental sempre foi tão “fechada” e somente os ávidos e curiosos insaciáveis que foram capazes de descobrir esse universo infinito.

Antes de mais nada, sou um privilegiado por ter conhecimento da existência desse mundo pouco explorado pelos ocidentais. E quero aqui dividir com vocês essa experiência, pois aquele que se propor a conhecer, terá mais opções de qualidade para substituir a intoxicação mental que se perpetrou em muitas pessoas. Música não existe somente para ser doce aos ouvidos, música de qualidade foi produzida para mexer com os nossos sentidos, para trazer paz de espírito, para promover evolução de comportamento e mais que isso, para nos trazer satisfação. Música sem esses componentes, é meramente produto comercial com prazo de validade quase que imediato.

Prometo escrever mais sobre o assunto em textos futuros, a minha ideia é apenas dar um pitaco sobre esse tema e com isso ter o gancho para apresentar a vocês alguns discos pertencentes ao meu pequeno acervo. Pouco adiantaria chegar com uma porção de indicações de discos e esparramar de uma só vez para vocês, a ideia é pouco a pouco mostrar as boas opções e fazer o indivíduo ter a “chave” da curiosidade e fazer do meu incentivo um trampolim para voos maiores.

O disco que escolhi para mostrar a vocês é o “Hironobu Kageyama – Best&Live”, álbum duplo, lançado em 2004. Lembro de ter adquirido no início de 2005, época em que conquistei os meus primeiros salários, imaginem a sensação de poder comprar um álbum importado (site japonês CD Japan). Pois bem, para quem não sabe o cantor Hironobu Kageyama é famoso por emprestar a voz a temas de abertura de seriados como “Changeman” (1985) e aos temas do anime “Dragon Ball”, além de diversos outros seriados e animes pouco conhecidos do público brasileiro. E o KAGE (como é mais conhecido) já veio diversas vezes ao Brasil para cantar em festivais desse segmento.


Capa do CD

O disco 1 possui quinze faixas de músicas de estúdio, uma coletânea com boas opções, onde posso citar algumas que eu adoro: Trust You ForeverLonely Journey, Flying in the Sky e outras em escrita propriamente japonesa. O disco 2 também possui quinze faixas, só que são todas ao vivo, um repertório regado a hits. Em outras palavras, um passeio pela longeva carreira do artista. Não é um CD tão fácil de ser encontrado, fiz uma pesquisa rápida no site que comprei na década passada, porém não obtive sucesso.

Arte do disco e encarte

Fica a dica, explorem o universo da música da terra do sol nascente.

Até a próxima!

domingo, 26 de maio de 2019

Deep Purple – Live in Concert

Olá amigos, escrever sobre música não é fácil quanto ter o simples descompromisso de colocar um disco para tocar e simplesmente escutar. Escrever vai muito além porque é uma tarefa impossível reproduzirmos o real sentido daquele som que escutamos, por diversas razões. Mas música não serve para ser lógica, como um cálculo de aritmética, a música serve para mexer com os nossos sentidos, sob todas as formas, e de fato atinge esse intuito. Podemos ter reações diferentes para a mesma música quando a escutamos em momentos diferentes de nossas vidas. E uma frase que escutei certa vez define bem o que penso sobre o assunto: música boa nunca envelhece ou perde o sentido, música de qualidade será boa em qualquer tempo. E acredito solenemente nisso!


Estou escrevendo neste momento ao som de “Highway Star”, um “classicão” do Deep Purple, na versão ao vivo, que abre o CD “Deep Purple – Live in Concert”, com temas tocados entre os anos de 2013 e 2014, na Alemanha, Suécia e Japão. Bom, agora já estou na segunda faixa “Into the Fire”, outro som pesado e com trabalho de banda inquestionável. Não vou aqui falar sobre a história do Deep Purple (pelo menos não nesta postagem), já que a conversa de “bar” aqui é mais informal e o meu objetivo é apresentar o disco “Live in Concert”.

Sou suspeito para falar sobre trabalhos ao vivo, gosto mais que material de estúdio pela simples razão de que ao vivo a banda tem mais liberdade de execução, além do desafio de tocar para uma plateia enorme. Quando me refiro a liberdade de execução, quero dizer que sou amplamente favorável ao improviso, sem deixar que a versão original perca a essência. Em outras palavras, ao vivo você tem a naturalidade do artista, quando que no estúdio, fechado, o que sai dali é resultado de semanas, dias, horas exaustivas para acertar “um ponto” (que nunca mais será o mesmo dali para frente). O estúdio é ponto de partida, a partir dali a música se transformará (e eu sempre torço que para melhor). No palco temos a melhor versão da espontaneidade em ação.



O disco é uma compilação de shows realizados entre os anos de 2013 e 2014 na Alemanha (Wacken), Suécia (Gaevle) e Tokyo. Pelo que pesquisei não pertence a discografia oficial da banda, o que não impede de ter na coleção, uma vez que são mais de 75 minutos de puro rock n’ roll. Abaixo as faixas que compõem esse excelente registro ao vivo:

01. Highway Star, duração de 6:48 minutos (Wacken, 2013).
02. Into the Fire, duração de 3:25 minutos (Wacken, 2013).
03. Hard Lovin’ Man, duração de 6:48 minutos (Tokyo, 2014).
04. Strange Kind of Woman, duração de 6:12 minutos (Tokyo, 2014).
05. Lazy, duração de 8:35 minutos (Tokyo, 2014).
06. No One Came, duração de 5:15 minutos (Gaevle, 2013).
07. Perfect Strangers, duração de 6:04 minutos (Tokyo, 2014).
08. Space Truckin’, duração de 6:00 minutos (Tokyo, 2014).
09. Smoke on the Water, duração de 6:59 minutos (Tokyo, 2014).
10. Green Onions / Hush, duração de 7:20 minutos (Wacken, 2013).
11. Black Night, duração de 7:42 minutos (Tokyo, 2014).

O disco foi produzido pelo selo e.a.r music (www.ear-music.net) e no encarte é informado todos os créditos das músicas. O CD foi lançado em 18/08/2017. Comprei pelo site americano Blowitoutahere (www.blowitoutahere.com), com o valor de U$ 5,58 + frete dentro dos Estados Unidos. Convertido em reais, tudo custou aproximadamente R$ 35,00. Lembrando que esse site não envia para o Brasil, é necessário utilizar serviço de redirecionamento.

Pontos positivos do material: gravação muito bem equalizada (em outras palavras, som equilibrado), arte do CD bacana, preço acessível e um objeto importante para compor a coleção de todo roqueiro clássico. Todas as músicas são verdadeiras “pedradas”, um som que faz muito bem para a alma!

Pontos negativos do material: encarte muito pobre, carece de mais imagens dessa turnê em que as músicas foram extraídas, bem como informações básicas sobre os integrantes da banda e o que tocam cada um. Eu conheço a banda, sei quem são, mas para quem não conhece e quer saber o nome dos integrantes, não será pelo encarte do disco que a pessoa terá essas informações.

Então, para quem não conhece, abaixo os integrantes atuais do Deep Purple:

Ian Gillian – vocal
Ian Paice – baterista
Roger Glover – baixista
Steven Morse – guitarrista 
Don Airey - tecladista

Até a próxima!

sábado, 13 de abril de 2019

Quem foi Little Richard?

Olá amigos, escrever este blog tem sido um verdadeiro desafio, isso porque além de aprender mais sobre música, estou revisitando locais sagrados do rock n’ roll. Falar sobre Richard Wayne Penniman, mais conhecido (bota MAIS nisso) como Little Richard, considerado por muitos (inclusive por mim) como um dos inventores do rock and roll, é mais que uma honra, eu me curvo para cada palavra direcionada a esse "monstro do rock" (para quem é roqueiro 'raiz', sabe que não estou exagerando). Nascido em 05 de dezembro de 1932, na cidade norte americana de Macon (Geórgia), foi na década de 50 que o mundo conheceu o poder da sua voz e também as performances entusiasmantes por onde se apresentava. Sempre (bem) acompanhado de um piano, sua voz grave e rasgada foram marcas registradas em seus cativantes shows. Atualmente com 86 anos, está aposentado dos palcos, fazendo raras aparições em público.

Recentemente adquiri o disco “Little Richard Live”, coletânea lançada em 2006, da série Golden Legends, licenciado pela Madacy Special Products. 


Abaixo as faixas do álbum “Little Richard Live”:

01. Good Golly Miss Molly, duração de 2:10 minutos.
02. Long Tall Sally, duração de 2:07 minutos.
03. Tutti Frutti, duração de 2:24 minutos.
04. Keep a Knockin’, duração de 2:13 minutos.
05. Jenny, Jenny, duração de 2:03 minutos.
06. Rip It Up, duração de 2:23 minutos.
07. Ready Teddy, duração de 2:14 minutos.
08. Slippin’ & Slidin’, duração de 2:42 minutos.
09. Lucille, duração de 2:31 minutos.
10. Lawdy Miss Clawdy, duração de 2:23 minutos.
11. She’s Got It, duração de 2:25 minutos.
12. Why Don’t You Love Me, duração de 3:08 minutos.
13. Hound Dog, duração de 2:20 minutos.
14. Goin’ Home Tomorrow, duração de 3:16 minutos.

Quando me interessei por essa coletânea, prontamente acreditei ser um disco integralmente ao vivo, porém, quando comecei a escutá-lo (com o auxílio do leitor Windows Media Player, que reconhece automaticamente as faixas, caso esteja conectado à internet), pude constatar que apenas as faixas 05, 08, 11 e 12 são tocadas ao vivo. Mas isso não tem problema (ser enganado por uma informação contida em um CD importado!), o importante é ter em mãos um material que contribuiu sobremaneira em todo o processo do que viria a se desenvolver nos anos 60 e 70 e que chamaríamos para sempre de “rock n’ rol”.

Falar sobre as músicas que mais gosto nesse disco é realmente uma tarefa complexa, pois eu gosto de praticamente todas as músicas, não existe uma que não levante poeira, se quiser detonar naquela reunião familiar, pode levar tranquilamente esse álbum e coloca-lo para tocar do início ao fim (garanto que pedirão BIS!). Bom, músicas como “GOOD GOLLY MISS MOLLY”, “LONG TALL SALLY”, “TUTTI FRUTTI” e “LUCILLE”, posso escutar 450 vezes que não me cansarei, é aquele tipo de chiclete que não perde o açúcar (existe?!). Convido vocês a colocar no último volume as faixas “READY TEDDY”, que possui um vocal poderoso, a dançante “WHY DON’T YOU LOVE ME” e por último, sugiro a “KEEP A KNOCKIN’”. Sem rodeios, escutem todas!


Apesar de existir centenas de curiosidades envolvendo Little Richard e sua música, citarei duas que considero bastante relevantes: os ingleses e australianos do AC/DC nos primórdios (aqui falamos de fim dos anos 60 e início dos 70), antes mesmo dos integrantes se apresentarem com esse nome, tocavam músicas do Little Richard em bares e “pocilgas”, tendo construído suas bases com forte influência do nosso amigo americano. Outra banda que também deixa mais que evidente a admiração pelo Little Richard é o Deep Purple, cuja música “Lucille” foi tocada em diversos shows na década de 70 (em versão estendida e muito mais pesada).

Onde encontrar discos do Little Richard no Brasil:

No exterior temos mais opções:
www.ebay.com (na hora de pesquisar, recomendo filtrar apenas por resultados dos EUA, nunca tive problemas com itens adquiridos de lá).

No próximo texto mais um álbum, mais uma banda, mais rock!

quinta-feira, 11 de abril de 2019

High Voltage

Vamos falar de AC/DC?

Olá amigos apreciadores de boa música! Escrevo esse texto com o auxílio do livro “AC/DC – Maximum Rock & Roll”, escrito por Murray Engleheart e Arnaud Durieux. O primeiro disco de estúdio do AC/DC, intitulado “High Voltage”, foi lançado no dia 17 de fevereiro de 1975, pelo selo Albert e distribuído pela EMI.


Pois bem, o álbum possui as seguintes faixas:

01. BABY, PLEASE DON’T GO, duração de 4:51 minutos.
02. SHE’S GOT BALLS, duração de 4:48 minutos.
03. LITTLE LOVER, duração de 5:38 minutos.
04. STICK AROUND, duração de 4:39 minutos.
05. SOUL STRIPPER, duração de 6:25 minutos.
06. YOU AIN’T GOT A HOLD ON ME, duração de 3:33 minutos.
07. LOVE SONG, duração de 5:18 minutos.
08. SHOW BUSINESS, duração de 4:46 minutos.

Todas as músicas foram escritas pelo trio Angus Young (guitarra solo), Malcolm Young (guitarra rítmica, vocais de fundo, contrabaixo, guitarra solo nas faixas 03, 05, 06 e 08) e Bon Scott (vocais). A única faixa que não teve assinatura do trio foi a 01, escrita por Joe Williams.

Falando sobre música propriamente dita, o disco possui faixas muito boas, aqui destaco as que considero as melhores: STICK AUROUND, como eu amo esses riffs pausados, onde é possível perceber o afinamento, sincronia e harmonia da banda. Em SOUL STRIPPER temos um consistente solo de guitarra que envolve profundamente quem escuta e claro, não posso deixar de destacar o excelente trabalho de base. A balada romântica LOVE SONG (aproveite, veremos muito pouco isso em AC/DC) também merece ser apreciada com um bom headphone, nela podemos sentir um Bon Scott muito devoto a um sentimento ora sincero, ora inquieto (no livro é explicado o motivo).

Querem polêmica? A capa do disco parece inofensiva, mas pense num belo cachorrinho urinando de forma explícita em 1975, outros tempos, outras concepções. Essa capa fez bastante barulho (negativamente) à época. Se você procurar outras resenhas na internet, talvez muito mais subsidiadas, verá que outras músicas do álbum tiveram maior destaque, como BABY, PLEASE DON’T GO ou SHE’S GOT BALLS, gosto delas igualmente (difícil dizer o que não gosto em AC/DC), mas creditei às músicas que realmente mexem comigo, que me fazem correr mais quando estou treinando (acho que vocês me entenderam).

Onde encontrar o CD High Voltage?

A segunda versão do disco é muito fácil de ser encontrada, basta uma rápida pesquisa e você receberá dezenas de indicações de sites brasileiros. Já a capa original (da qual tratamos neste post), é mais difícil de ser localizada, somente no Mercado Livre e com valores acima de 90 reais (que foi aproximadamente o valor da minha compra, quando o adquiri). Para a coleção, é lógico que vale a pena ter, além do mais, foi o primeiro trabalho de uma das bandas de rock n’ roll mais marcantes de todos os tempos.

No Brasil:
No exterior:

No próximo texto mais um álbum, mais uma banda, mais rock!

quarta-feira, 10 de abril de 2019

Começando de algum lugar

Apresentação


Antes de mais nada, uma rápida apresentação: meu nome é Daniel Gonçalves, tenho 34 anos e desde meados de catorze ou quinze anos de idade acompanho essa coisa doida chamada rock and roll. Antes disso, eu não escutava absolutamente nada! Era um nerd sem ouvidos, apenas com orelhas.

O objetivo desse blog não é polarizar opiniões, mas atuar como uma opção para quem busca um som com razoável qualidade. E pode ter certeza de uma coisa: o rock transforma (para melhor) aqueles que se voluntariam a conhecer esse inesgotável universo. Minhas ideias sobre esta página serão formadas ao longo do tempo, não tenho uma estrutura pré-definida, vou postando o que der na telha juntamente com as sugestões dos amigos.

Não tenho profundo conhecimento sobre música igual a nomes como Gastão Moreira, Régis Tadeu, Benjamim Back e outras fontes de imenso respeito, mas tenho por eles muita gratidão pelo conhecimento adquirido por intermédio de colunas escritas e entrevistas ao longo dos anos. Por alguns anos sofri com a possibilidade da decretação da morte do rock no Brasil, mas percebi que isso nada mais era que muita ingenuidade de minha parte, o rock é indestrutível.

Como esse é o capítulo zero, a primeira sugestão que deixo para vocês é escutar o disco que revelou uma das maiores bandas de rock da história: High Voltage, do AC/DC, produzido em 1974 e lançado no início de 1975. A história desse álbum é muito complexa, tendo duas versões, a considerada original e uma alternativa com misturas de gravações de outras músicas feitas à época. Eu possuo a versão “original” e a partir dela gostaria que vocês escutassem e assim iniciarmos esse prazeroso contato com música de verdade!

Forma de entrar em contato comigo: roqueirosemfronteiras@gmail.com

Capa frontal da versão original do primeiro álbum do AC/DC